quinta-feira, 15 de outubro de 2015

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Entendendo a nefrolitíase

          Sabe aquela semana de prova que você inventa várias coisas pra não conseguir estudar e quando chega na véspera a pressão bate forte?! Pois é... seu dia vai chegar! Mas enquanto isso, olhem esse resumo sobre nefrolítiase! Afinal, quem acha que não vai pegar um paciente com dor por cálculo renal? Boa leitura!
          Cálculo renal para muitos se resume em tratamento de dor e é aí que mora o perigo... Nefrolitíase muitas vezes é uma condição decorrente de uma doença de base e por isso, é fundamental determinar qual o tipo de cálculo formado e assim, avaliar seu possível causador.
        Sua fisiopatologia (sem fazer essa cara... vai ser rápido!) se resume em 3 palavras: supersaturação da urina, precipitação e agregação dos cristais até os cálculos se formarem. O que vai facilitar esse processo será o pH da urina, quantidade citrato na urina (quanto menos, maior a chance de formação) e quantidade do substrato do cálculo na urina. Portanto, qualquer doença sistêmica ou localizada que alterar essas condições, favorecerá a formação dos cálculos renais.
                 Vamos conhecer os tipos de cálculos renais na figura abaixo:


               Toda essa informação falada acima é fundamental porém de nada adianta se o diagnóstico não tiver sido feito, né? O padrão ouro diagnóstico é pela TC sem contraste! A radiografia é usada muitas vezes, no entanto vimos que o cálculo de ácido úrico é radiotransparente ou seja, não aparece no raio X! Outra forma de avaliarmos é pela ultrassonografia.
                As principais complicações são pielonefrite e insuficiência renal aguda de causa pós renal (jura?!) portanto, devemos estar atentos em pacientes que evoluem com febre ou com aumento sérico de creatinina. Os três pontos mais comuns de obstrução são: junção pieloureteral, 1/3 médio do ureter e na junção ureterovesical
                O tratamento é dividido em agudo e crônico, sendo que o segundo é dependente do tipo de cristal formado. A terapia aguda depende do tamanho do cálculo. Se for menor que 10 mm devemos fazer a Terapia Médica Expulsiva (TME) que consiste em usar um antinflamatório não esteroidal associado a um bloqueador ALFA 1 adrenérgico (Tamsulosin). Se for entre 10 mm e 2 cm deve ser feito a Litotripsia com ondas de choque extracorpóreo (LECO). Se for maior que 2 cm deve ser feito Nefrolitotripsia percutânea. Nos casos de IRA pós renal, deve ser usado um cateter duplo J para ajudar na passagem da urina.

REFERÊNCIA: Medicina Interna de Harrison - Eugene Braunwald, Dennis L. Kasper, Anthony S. Fauci, J. Larry Jameson, Dan L. Longo, Ste Hauser

                É isso aí! Qualquer dúvida ou informação é só deixar um comentário abaixo. Se gostou, compartilhe com seus colegas!

Até a próxima, galera!

3 comentários :

  1. Muito bom o texto. A nefrolitotripsia também pode ser usada no cálculo refratário a LECO e nos cálculos coraliformes. Em um cálculo vesical de 10mm, conduzimos com uma medida expectante ou faríamos um tratamento mais agressor?

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    Respostas
    1. Obrigado, João! Primeiro devemos avaliar as características do cálculo e determinar terapias específicas para cada tipo. Como medida geral, podemos fazer a uretroscopia ou a própria LECO.
      Refrência: Diagnosis and Treatment of Ureteral Calculi - Fernando Korkes; Samirah Abreu Gomes; Ita Pfeferman Heilberg
      Link: http://www.jbn.org.br/detalhe_artigo.asp?id=10

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  2. Lembrar que as contraindicaçoes da LECO: distância pele e cálculo maior que 9cm, cálculo com UH maior ou igual a 1.000, cálculos coraliformes.

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