domingo, 17 de maio de 2020

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Dor articular no idoso? Pode ser Polimialgia Reumática

A queixa mais frequente no consultório, disparada, é a de dor articular. Seja na coluna, quadril ou ombro, a artralgia é muito frequente na terceira idade. A Polimialgia reumática não é a causa mais frequente de dor articular, mas ela tem uma prevalência alta ao ponto de sempre ser considerada como um dos diagnósticos diferenciais. No artigo de hoje, vou falar um pouco sobre epidemiologia, quais são os sintomas e como podemos tratar essa doença. Boa leitura!

     É uma doença inflamatória crônica, sem causa definida, que acomete particularmente pessoas acima de 50 anos. Clinicamente ela é caracterizada por dor e rigidez matinal nas articulações do ombro e da pelve. Não existe um exame específico para o seu diagnóstico. É a associação entre alguns exames de sangue e de imagem, com as queixas que o paciente apresente.

     Como falei na introdução, resolvi falar sobre polimialgia reumática, por conta de sua alta frequência. Ela só perde para a artrite reumatoide. Mas não se enganem, sua prevalência pode chegar em 1 caso para cada 200 pessoas acima de 50 anos! E normalmente, as mulheres caucasianas tem uma chance 2 a 3 vezes maior do que os homens.

Mas como essa doença acontece?

     Sua causa específica ainda não foi descoberta. Mas ao longo dos atendimentos, conseguimos chegar em algumas conclusões. Existe um aumento de substâncias inflamatórias vistas no exame de sangue, como por exemplo o VHS e a Proteína C reativa (PCR). Também, se olharmos em alguns exames de imagem das articulações acometidas, vemos sinais inflamatórios como bursites e sinovites. São por esses motivos, que a Polimialgia reumática é caracterizada como uma doença inflamatória crônica.

     Outra coisa que perceberam, era um aumento no risco de as pessoas que tinham polimialgia reumática, apresentarem um AVC, doença cardiovascular, hipotireoidismo ou até câncer. A justificativa também está relacionada pelo padrão inflamatório crônico que a doença apresenta, sendo, portanto, uma das razões para o seu tratamento precoce.

Quais são os sinais e os sintomas da Polimialgia Reumática?

     Em termos gerais, é uma doença caracterizada por causar dor nas articulações dos ombros e da pelve de alta intensidade e ainda levando a uma rigidez articular pela manhã. Normalmente acomete os dois lados e de início abrupto. Ao longo do dia, a dor parece amenizar assim como a rigidez diminuir. Em até metade dos pacientes, pode haver, também, dor nas articulações das mãos.

     Sintomas constitucionais é o nome que damos para sintomas como fadiga, mal estar geral, falta de apetite (anorexia), perda de peso e febre. Alguns pacientes com polimialgia reumática podem apresentar esse quadro. Nessa situação, é importante avaliar se não há um quadro de arterite.


Como é o tratamento?


     O objetivo em questão, é reduzir o processo inflamatório para evitar as complicações da Polimialgia Reumática. No entanto, o paciente urge pela melhora da dor. Nessa questão, o tratamento é baseado na melhora dos marcadores inflamatórios avaliados no exame de sangue e nos sintomas do paciente.


     A estratégia é usar tanto medicamentos quanto mudanças no estilo de vida. Preferencialmente é usado terapia com corticoide, seguindo a ideia da MENOR DOSE SUFICIENTE, podendo prolongar de 6 meses a 2 anos. As mudanças no estilo de vida são tanto para melhorar saúde óssea quanto para minimizar os efeitos colaterais dos corticoides.


     Apesar de não haver dúvida sobre a eficácia dos corticoides, existem outros medicamentos que podem ser usados. Principalmente se for um paciente que apresente alto risco de efeitos adversos por conta da corticoterapia. São os agentes imunossupressores e dentre eles temos: Metotrexato, Inibidor do fator de necrose tumoral e anticorpo monoclonal.


     Como vocês viram, a Polimialgia Reumática é uma doença que gera limitação funcional, mas ao mesmo tempo é autolimitada e sem impacto na mortalidade. O tratamento precoce é fundamental para evitar complicações e o cultivo de hábitos saudáveis auxilia na manutenção da qualidade de vida e também, a reduzir efeitos colaterais do tratamento.

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