sábado, 4 de julho de 2020

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Qual a relação entre depressão, ansiedade e irritabilidade com o novo coronavírus?



        Em dezembro de 2019 estourou na mídia o surgimento do novo coronavirus. De um modo geral, à medida que a situação evoluía, idosos e portadores de doenças crônicas começaram a se sentir apreensivos por pertencerem ao “grupo de risco” da doença. E não é para menos. Medo, Incerteza e Estigmatização. Taxados como potenciais indivíduos a desenvolver uma doença mais grave. Sem garantias de que esteja protegido ou até, por quanto tempo ficar trancado em casa. Juntando tudo isso, é normal sentirmos medo. Mas então, onde está o problema? Afinal, somos humanos. E justamente por isso, esboçamos emoções a partir de algum gatilho. Para responder isso, resolvi escrever sobre esse artigo da Elsevier e da Science Direct.

        O confinamento social gerando uma sensação de estresse, ansiedade, agitação e depressão já era algo esperado justamente, pois é bem descrito a relação direta entre idosos que moram sozinhos e piora da saúde mental. O que talvez não fosse esperado, seria a reação da população mais vulnerável frente ao vírus em si. A incerteza e o medo de adquirir uma forma grave da doença tem potencializado as reações emocionais dos idosos nesse período. Por conta disso, está tendo uma motivação mundial em se publicar estudos sobre saúde mental e coronavírus.

        Para esse estudo, foi pego um grupo de espanhóis com mais de 60 anos com e sem doenças crônicas (hipertensão, diabetes, enfisema e etc.). Cada um precisou responder um questionário, parecido com o que uso em consultório (foi usado o DASS-21). A partir disso, foi observado que quanto maior a idade e/ou a quantidade de doenças que a pessoa possuía, maior era o nível de labilidade emocional. Outra coisa, é que houveram mais relatos de irritabilidade em relação a depressão e ansiedade.

        Apesar destas constatações, o estudo afirma que a maioria dos entrevistados não apresentam sinais ou sintomas sugestivos de depressão, ansiedade ou até de irritabilidade. Porém, foi percebido que se isolar pacientes acima de 66 anos e que tenham doenças crônicas, a quantidade de testes positivos é consideravelmente maior em relação aos negativos. Esses resultados nos fazem entender justamente o que escrevi no início. Medo, Incerteza e Estigmatização. Viver com esses sentimentos nos traz uma maior labilidade emocional. Perceber isso é fundamental. Tanto para maior autocompreensão quanto para buscar auxílio profissional. Você pode vencer. Nós vamos vencer. Sempre busque um profissional da sua confiança.

Se quiser mais conteúdos sobre medicina, eu publico diariamente no meu Instagram @dr.brunopetraglia e na minha página do facebook Dr. Bruno Petraglia

Artigo: Picaza Gorrochategi et al. Stress, Anxiety, and Depression in People Aged Over 60 in the COVID-19 Outbreak Am J Geriatr Psychiatry &&:&&, && 2020

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