O que você faz se chega um paciente com dispneia? Coloca na máscara com oxigênio, monitora, "pega um acesso venoso" e busca a causa do problema, certo? Aí você descobre que ele é um DPOC agudizado... o que você faria? Aumenta o fluxo da máscara, intuba... difícil, né? O que acontece, é que muitas vezes o paciente tem uma alternativa e por problemas do local (falta de recursos...) ou por desconhecimento, a intubação é realizada como única forma de tentar melhorar os parâmetros respiratórios do paciente. Hoje vamos ver como é essa história de ventilação não invasiva por pressão positiva. Boa leitura!
- Conceito:
Ventilação não invasiva por pressão positiva (VNIPP) representa todo o suporte ventilatório administrado sem a presença de cânula endotraqueal. A interface entre o paciente e o ventilador pode ser obtida por máscara nasal, facial ou total face.
- Objetivos:
Corrigir hipóxia e/ou hipercapnia, manter um volume pulmonar adequado (corrigir ou prevenir atelectasia) e reduzir o trabalho respiratório (tratamento da fadiga muscular). Para isso, é necessário conhecer as modalidades respiratórias. São várias.. existe o CPAP (ventilação por pressão positiva contínua), BIPAP (ventilação positiva em dois níveis de pressão), EPAP (ventilação por pressão positiva expiratória e a IPAP (ventilação por pressão positiva inspiratória). O que vai determinar a modalidade a ser usada, é a condição do paciente. No final vou mostrar um esquema muito bom!
- Vantagens e desvantagens:
Preservação da fala e deglutição, maior conforto com menores doses de sedativos, reduz necessidade de intubação endotraqueal e com isso diminui incidência de pneumonia associada a ventilação mecânica (VM), tempo de internação, custo e mortalidade em pacientes com hipercapnia e em imunossuprimidos com hipóxia.
As desvantagens são relacionadas com maior tempo para corrigir os distúrbios relacionados a troca gasosa além de ter uma maior necessidade de colaboração do paciente e o mesmo deve estar estável hemodinamicamente.
- Indicações:
Apesar de poder ser usado em um amplo espectro de doenças, é necessário respeitar seus limites e reconhecer suas contra indicações. Sendo assim, que tal conhecer quando você não vai poder usar a VNIPP? Olhem a tabela abaixo.
Agora que sabemos quando não indicar, precisamos saber quais são os fatores preditores de sucesso. Pra isso, precisamos avaliar se há sincronismo do paciente com o aparelho, se sua dentição é intacta, baixos escores de APACHE II, nível de consciência adequado e boa tolerabilidade à máscara.
- Complicações:
Distensão abdominal, vômitos, aspiração, lesões de face, congestão nasal, rinorreia, epistaxe, úlcera de córnea e claustrofobia. Além desses, o mais importante é a intubação de emergência.
Para terminar deixo com você o melhor esquema que vi até hoje sobre VNIPP! Ele foi tirado do livro Ventilação Mecânica - Fundamentos e Práticas Clínicas, grupo GEN
REFERÊNCIA: Ventilação mecânica : fundamentos e prática clínica / Jorge Luis dos Santos Valiatti, José Luiz Gomes do Amaral, Luiz Fernando dos Reis Falcão. - 1. ed. - Rio de Janeiro : Roca, 2016. (Santos)
Advanced Cardiovascular Life Support: Provider Manual 1 Pck Pap/ Edition
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Até a próxima!
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