A queixa mais frequente no consultório,
disparada, é a de dor articular. Seja na coluna, quadril ou ombro, a artralgia
é muito frequente na terceira idade. A Polimialgia reumática não é a causa mais
frequente de dor articular, mas ela tem uma prevalência alta ao ponto de sempre
ser considerada como um dos diagnósticos diferenciais. No artigo de hoje, vou
falar um pouco sobre epidemiologia, quais são os sintomas e como podemos tratar
essa doença. Boa leitura!
É uma doença inflamatória crônica, sem
causa definida, que acomete particularmente pessoas acima de 50 anos. Clinicamente
ela é caracterizada por dor e rigidez matinal nas articulações do ombro e da
pelve. Não existe um exame específico para o seu diagnóstico. É a associação
entre alguns exames de sangue e de imagem, com as queixas que o paciente
apresente.
Como falei na introdução, resolvi falar
sobre polimialgia reumática, por conta de sua alta frequência. Ela só perde
para a artrite reumatoide. Mas não se enganem, sua prevalência pode chegar em 1
caso para cada 200 pessoas acima de 50 anos! E normalmente, as mulheres
caucasianas tem uma chance 2 a 3 vezes maior do que os homens.
Mas como essa doença acontece?
Sua causa específica ainda não foi
descoberta. Mas ao longo dos atendimentos, conseguimos chegar em algumas
conclusões. Existe um aumento de substâncias inflamatórias vistas no exame de
sangue, como por exemplo o VHS e a Proteína C reativa (PCR). Também, se
olharmos em alguns exames de imagem das articulações acometidas, vemos sinais
inflamatórios como bursites e sinovites. São por esses motivos, que a
Polimialgia reumática é caracterizada como uma doença inflamatória crônica.
Outra coisa que perceberam, era um aumento
no risco de as pessoas que tinham polimialgia reumática, apresentarem um AVC,
doença cardiovascular, hipotireoidismo ou até câncer. A justificativa também
está relacionada pelo padrão inflamatório crônico que a doença apresenta, sendo,
portanto, uma das razões para o seu tratamento precoce.
Quais são os sinais e os sintomas da Polimialgia
Reumática?
Em termos gerais, é uma doença caracterizada
por causar dor nas articulações dos ombros e da pelve de alta intensidade e
ainda levando a uma rigidez articular pela manhã. Normalmente acomete os dois
lados e de início abrupto. Ao longo do dia, a dor parece amenizar assim como a
rigidez diminuir. Em até metade dos pacientes, pode haver, também, dor nas
articulações das mãos.
Sintomas constitucionais é o nome que damos
para sintomas como fadiga, mal estar geral, falta de apetite (anorexia), perda
de peso e febre. Alguns pacientes com polimialgia reumática podem apresentar
esse quadro. Nessa situação, é importante avaliar se não há um quadro de
arterite.
Como é o tratamento?
O objetivo em questão, é reduzir o processo
inflamatório para evitar as complicações da Polimialgia Reumática. No entanto,
o paciente urge pela melhora da dor. Nessa questão, o tratamento é baseado na
melhora dos marcadores inflamatórios avaliados no exame de sangue e nos
sintomas do paciente.
A estratégia é usar tanto medicamentos
quanto mudanças no estilo de vida. Preferencialmente é usado terapia com corticoide,
seguindo a ideia da MENOR DOSE SUFICIENTE, podendo prolongar de 6 meses a 2
anos. As mudanças no estilo de vida são tanto para melhorar saúde óssea quanto
para minimizar os efeitos colaterais dos corticoides.
Apesar de não haver dúvida sobre a eficácia
dos corticoides, existem outros medicamentos que podem ser usados. Principalmente
se for um paciente que apresente alto risco de efeitos adversos por conta da
corticoterapia. São os agentes imunossupressores e dentre eles temos:
Metotrexato, Inibidor do fator de necrose tumoral e anticorpo monoclonal.
Como vocês viram, a Polimialgia Reumática é
uma doença que gera limitação funcional, mas ao mesmo tempo é autolimitada e
sem impacto na mortalidade. O tratamento precoce é fundamental para evitar
complicações e o cultivo de hábitos saudáveis auxilia na manutenção da
qualidade de vida e também, a reduzir efeitos colaterais do tratamento.
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